Proponho
um pequeno exercício para você prezado leitor (acabei de fazê-lo antes de sentar para
escrever este artigo): antes de continuar a leitura, coloque os pés próximos
um do outro, respire fundo e tente tocar as mãos no chão sem dobrar as
pernas. Faça esse favor a você mesmo
antes de prosseguir.
Fez?
Muitos não devem ter feito. Eu também sou assim quando leio algo que me pede
para fazer alguma atividade de forma ativa, apesar de geralmente ser de grande valia fazer
o que o autor do texto pede. Alguns
devem ter feito (assim espero). Como foi? Tocou o chão com os dedos? Com a mão
completa (meus parabéns!)? Quase chegou lá? Parou na metade do caminho?
“Qual
o ponto de tanto falatório, Soul?” Flexibilidade, amigo. Seja flexível.
Começa-se pela flexibilidade mais básica: a do nosso corpo. Se você num simples
exercício de flexibilidade para tocar o chão empaca no meio do caminho por
desconforto, é porque a situação está ruim, muito ruim. Você pode estar acertando a mão na
escolha dos fundos imobiliários corretos, saindo com mulheres estonteantes, com
um belo carro, mas a verdade é que está faltando a você um dos atributos mais
básicos de uma vida saudável: flexibilidade corporal.
Não sei o portfólio desse senhor, mas que a sua saúde é melhor do que a saúde da esmagadora maioria dos idosos brasileiros não tenho muitas dúvidas
Quando
o meu corpo está mais flexível, minha qualidade de vida aumenta. Quando o meu
corpo está menos flexível, minha qualidade de vida diminui. Simples assim. O corpo é a primeira manifestação da
flexibilidade que podemos ter em nossas vidas. Quer saber as vantagens para a sua vida de ter um corpo mais maleável? Basta se tornar mais flexível. Apenas experimentando no próprio corpo os dois estados
de baixa flexibilidade e maior flexibilidade
para saber como o simples ato de tocar a mão no chão no exercício proposto aumenta a qualidade de vida. Mas, até que ponto a flexibilidade, ou o seu
conceito, é importante para além do seu corpo físico?
Às
vezes recebo alguns e-mails perguntando sobre como eu pude ter a certeza para
abandonar um cargo tão bem remunerado e “declarar” minha independência
financeira. Há várias respostas, mas uma importante é a flexibilidade em
relação ao meu padrão de vida. Na verdade, vai até um pouco além do conceito de
flexibilidade.
Será este meu futuro depois da minha decisão de alguns meses atrás? Escrevo um livro que dá certo, isso me anima a me tornar um investidor anjo, também dá certo. Monto um fundo de investimento, dá super certo. Aqui, discutindo planos de negócios no meu jato particular com associados (fonte : www.emirates-executivo.com)
Ou, será que é este? Escrevo um livro, não dá certo. Muitas despesas inesperadas acontecem. O governo brasileiro quebra. Tudo quebra. O patrimônio no exterior desaparece. Tudo dá errado. Tenho que limpar banheiros para sobreviver. (fonte http://www.redeemingriches.com/2010/10/22/pay-off-debt/)
Provavelmente,
eu não chegue nem numa situação, nem na outra.
Porém, se a minha satisfação pessoal com minha vida for derivada apenas de
quão mais próximo eu estiver da primeira situação, provavelmente estaria
adotando uma postura mais inflexível e semeando o caminho para uma vida mais
insatisfeita. “Ah, quer dizer que você limparia um banheiro se fosse preciso, e
você largou uma posição ´privilegiada´ para isso? Só pode estar louco!” Sim,
limparia sem problemas nenhum, se as circunstâncias da minha vida levassem a
isso.
Você
está jantando num restaurante chique. A comida é deliciosa e veio servida na
temperatura certa. O Garçom é simpático e profissional. A vista deslumbrante. A
companhia interessante, agradável e inteligente. Ninguém fuma perto de você. A
temperatura é agradabilíssima. A música ambiente perfeita. Você se sente feliz
e satisfeito.
A
vida em algumas ocasiões apresentar-se-á assim para você. Existem pessoas que
consegue apenas extrair satisfação e bem-estar quando tudo está, conforme os
critérios da própria pessoa, "perfeito". Eu conheço uma pessoa extremamente próxima que
é assim. Tenho certeza que os leitores conhecem alguém ou quiçá alguns podem
até ser assim. Entretanto, na maioria
das vezes a vida não se apresenta de uma maneira tão, diríamos, "perfeita".
Quase sempre algo, ou muitas outras coisas, não funcionam do jeito que talvez mais nos convenha. A comida não veio na melhor temperatura. O Garçom foi simpático, mas demorou em atender. O Garçom foi rápido, mas não foi simpático. O Garçom foi rápido e simpático, mas estava com um cheiro estranho. O Garçom foi rápido, simpático, perfumado, mas tropeçou e derrubou vinho em sua camisa de U$ 500,00. Acho que o ponto ficou claro. A satisfação que você vai retirar do jantar vai depender quase que única e exclusivamente de sua flexibilidade de aceitar o que as condições da realidade concretamente apresentam. Talvez a boa companhia seja o mais importante, sendo o resto secundário para a sua satisfação. Talvez no caso do jantar a inflexibilidade devesse ser apenas em relação a uma boa companhia.
Quase sempre algo, ou muitas outras coisas, não funcionam do jeito que talvez mais nos convenha. A comida não veio na melhor temperatura. O Garçom foi simpático, mas demorou em atender. O Garçom foi rápido, mas não foi simpático. O Garçom foi rápido e simpático, mas estava com um cheiro estranho. O Garçom foi rápido, simpático, perfumado, mas tropeçou e derrubou vinho em sua camisa de U$ 500,00. Acho que o ponto ficou claro. A satisfação que você vai retirar do jantar vai depender quase que única e exclusivamente de sua flexibilidade de aceitar o que as condições da realidade concretamente apresentam. Talvez a boa companhia seja o mais importante, sendo o resto secundário para a sua satisfação. Talvez no caso do jantar a inflexibilidade devesse ser apenas em relação a uma boa companhia.
Se
você quer que o dinheiro lhe traga níveis maiores de liberdade para buscar seja
lá o que faça mais sentido para você enquanto ser humano, seja flexível. Se sua satisfação depender de hotéis e
jantares de luxo, padrões mais “sofisticados” de gastos, etc, etc, além de ser
mais difícil ter uma vida marcada por maiores momentos de bem-estar, será
matematicamente mais custoso juntar um patrimônio que possa gerar um
determinado fluxo de caixa para atender essas “necessidades”. Não há certo ou errado em padrões de consumo
(na maioria dos casos). Há apenas mais satisfação
ou menos satisfação. Porém, um ponto é cristalino: quanto mais flexível você
for, há uma tendência muito maior de extrair bem-estar de situações que
aparentemente seriam desconfortáveis ou não prazerosas.
Para
ser mais flexível com o corpo é preciso (Tcharammmm) alongar-se com uma maior freqüência.
Para ser mais flexível com nossos hábitos é preciso refletir com mais freqüência
sobre como reagimos quando alguma coisa ou alguém nos contraria. Desejo uma vida de mais flexibilidade a vocês
prezados leitores.